@PHDTHESIS{ 2023:1452309957, title = {Apologia do fluxo, ou sobre o antropoceno no Rio Grande do Sul e a percepção da paisagem no rio Caí}, year = {2023}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10758", abstract = "São Sebastião do Caí desenvolveu-se no fim do séc. XIX como um porto fluvial no último trecho navegável do rio Caí para navios a vapor de médio calado. Foi, durante o período da navegação fluvial, a principal conexão entre a Estrada Rio Branco (que ia do baixo vale do Caí até Caxias do Sul) e a hidrovia do rio Caí que seguia até Porto Alegre. Ao longo de três séculos e flutuações econômicas de ápice e decadência, essa cidade à margem esquerda do rio se constituiu como espaço de habitação para a comunidade caiense. Porém, o convívio entre essa comunidade e o rio não decorreu sem percalços. Este estudo propõe uma análise histórica sobre a relação humano-paisagem da população que habita as margens do rio Caí e seu entorno. Para isso, buscamos compreender a história desse rio pelas transições de longa duração. Foram identificados eventos de curta duração e períodos conjunturais que marcaram a história caiense, como a navegação fluvial, o processo de industrialização, a organização urbana e o decréscimo econômico. No entanto, encontramos as enchentes na cidade como sendo a principal estrutura de permanência na contínua interação entre o rio e seus habitantes. Para realizar esta análise, foi utilizada a categoria de “percepção da paisagem”, uma adaptação do conceito de perception of the environment de Tim Ingold (2000), em que se tangencia a divisão entre mundo natural (do fato dado) e universo cultural (imaginado). Dessa forma, a paisagem é vista como um espaço relacional construído por meio da ação humana sobre o ambiente. Essa relação, porém, se dá em termos estéticos, a partir da percepção visual que faz sentido do horizonte que nos cerca. Neste intento, foram utilizadas diversas fontes documentais, cartográficas e imagéticas que versam sobre a forma como o rio é percebido, usado e modelado conforme as necessidades econômicas da região. Para isso, esta tese se divide em três partes: a primeira contextualiza o rio Caí e sua região desde os primórdios da colonização europeia até o início de sua industrialização antropocênica entre os séculos XVII e XIX; a segunda analisa o desenvolvimento econômico da cidade baseado na navegação comercial na virada do séc. XIX e nas primeiras décadas do séc. XX; e a terceira faz uma análise da reciprocidade do convívio com o rio, versando sobre a natureza que resiste às intervenções humanas, seja pelas cheias, seja pelo cultivo de uma memória e identidade locais que se afirmam a partir da presença e permanência do rio Caí e do cotidiano de suas águas entre 1854 e 2020.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Escola de Humanidades} }