@MASTERSTHESIS{ 2023:130849751, title = {Efeitos comportamentais e neuromorfológicos do estresse precoce : uma análise teórico-prática em modelos murinos e humanos}, year = {2023}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10729", abstract = "O estresse precoce (Early Life Stress) é capaz de alterar comportamentos, cognição e causar mudanças anatômicas e histológicas no sistema nervoso de animais de laboratório e seres humanos. Essa trabalho é dividido em dois estudos, cujos objetivos foram: 1- Produzir uma revisão descritiva sobre as alterações morfofuncionais produzidas pelo ELS em modelos murinos e humanos; 2- Avaliar os efeitos a longo prazo (>60 dias) da exposição a eventos estressores no início da vida, analisando parâmetros comportamentais e neuromorfológicos em camundongos. O primeiro estudo desta dissertação resultou na produção de um artigo científico de revisão descritiva sobre efeitos do ELS no sistema nervoso central de roedores e humanos, o qual traz um compilado de dados a respeito das principais alterações encefálicas a nível estrutural e celular. Em relação ao segundo estudo desta dissertação, o qual se refere a parte experimental, foram utilizados 24 animais, grupo controle (N=12) e grupo estressado (N=12) divididos igualmente em ambos os sexos. O estresse foi induzido através de um modelo combinado de estresse precoce (LBSM), que consiste na junção do protocolo de limited bedding (LB) concomitantemente com a separação materna (SM) por 3 horas/dia, do dia pós-natal 2 ao 15. Após 60 dias de vida, os animais foram analisados. Foram realizados os seguintes testes para avaliação de comportamentos do tipo depressivo/ansioso: 1-Teste de preferência a sacarose; 2-Campo aberto; 3-Labirinto em cruz elevado; 4-Claro/escuro e 5-Nado forçado. Posteriormente, os animais foram eutanasiados e seus encéfalos submetidos à técnica histológica de Nissl, associada aos métodos estereológicos de Cavalieri para análise volumétrica e morfometria planar das espessuras cortical e das camadas piramidais do CA1 e CA3 hipocampais, e estimativa das densidades neuronais e gliais e relação glias/neurônios em distintas regiões encefálicas. A análise de imagens foi realizada no software Image Pro Plus e a análise estatística (teste t não pareado) nos software GraphPad Prism (p< 0,05). No teste do labirinto em cruz elevado, as fêmeas ELS, aumentaram seu tempo de permanência nos braços abertos (p=0,011) e no centro (p=0,019), reduziram a permanência nos braços fechados (p=0,005) e aumentaram seu número de entradas nos braços abertos (p=0,028) e fechados (p=0,048). Nenhum outro parâmetro comportamental foi afetado de modo significativos pelo ELS em machos ou fêmeas. Em relação à morfometria cerebral dos machos observamos: (1) o ELS aumentou o volume hipocampal entre os Bregmas 1.46 até Bregmas 2.06 (p=0,011), sendo que o aumento significativo ocorreu na porção mais rostral do hipocampo, entre Bregma 1.46 até Bregma 1.70 (p=0,001); (2) o ELS aumentou a espessura cortical cerebral (p=0.000006) e a espessura da camada piramidal do CA1 hipocampal (p=0.018); e (3) o ELS reduziu a densidade neuronal cortical na área infralímbica do córtex pré-frontal medial (p=0.016). Analisando-se os dados relativos à morfometria cerebral das fêmeas, observa-se: (1) o ELS provocou um aumento da espessura de camada piramidal do CA1 hipocampal (p=0,00006); (2) o ELS reduziu a densidade neuronal cortical nas áreas pré-límbica (p=0,048) e infralímbica (0,017); (3) o ELS reduziu a densidade neuronal na amígdala basolateral (p=0,041) e a densidade glial do córtex cingulado (p=0,025). As alterações comportamentais encontradas são restritas à alterações no teste de labirinto em cruz elevado em fêmeas. Por sua vez, o protocolo ELS afetou de modo distinto a anatomia e histologia encefálica em machos e fêmeas. Nossos resultados sugerem que as respostas comportamentais de longo prazo ao ELS, em camundongos, relacionadas à depressão e ansiedade, podem ser mais significativas em fêmeas e que as alterações morfométricas cerebrais encontradas em machos submetidos ao ELS podem não se traduzir em alterações comportamentais analisadas pelos testes executados nessa dissertação, mas talvez estejam relacionadas à déficits em outras funções superiores.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular}, note = {Escola de Ciências Saúde e da Vida} }