@PHDTHESIS{ 2022:1780650953, title = {Democracia e discurso autorreferencial : representações em disputa nas páginas da grande imprensa carioca (1955-1960)}, year = {2022}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10297", abstract = "Com esta tese, procura-se analisar a forma como a grande imprensa carioca (Correio da Manhã, Jornal do Brasil, O Globo e Ultima Hora) representou, na segunda metade da década de 1950 (1955-1960), a democracia vigente no Brasil e o seu próprio papel institucional nesse regime democrático. Entre 1955 e 1960, o país passava por um período de intensificação do processo de transformação, tanto econômica quanto política e social, que normalmente implica em interferência na forma como os jornais percebem e representam o jogo político e os seus próprios papéis institucionais na democracia. Ainda, nesse período, as mudanças na imprensa carioca do período, como mostra uma ampla bibliografia, tenderam a produzir uma alteração na forma de autoconstrução simbólica do papel desses periódicos, principalmente em relação à política e na própria relação com a política. Assim, tem-se um movimento na imprensa que parece conduzir a um reforço dessa instituição no debate público e, principalmente, na forma como procura construir o seu papel frente e no espaço político, ao mesmo tempo em que o próprio jogo político passa por rearticulações, geradas pelo ordenamento encontrando no Código Eleitoral de 1945, regulador do alistamento eleitoral e das eleições em todo o país. Entretanto, esse tema ainda não foi pesquisado nesses termos. Dessa forma, mostra-se relevante analisar como os jornais selecionados estão percebendo a democracia e como buscaram se construir legitimamente no debate público, a partir de distintos papéis. Para tal análise, buscou-se referenciais teóricos que permitam pensar as produções simbólicas/culturais, nas quais se encontra o jornalismo, como instituições relativamente autônomas e que leve em consideração as especificidades internas da imprensa como instituição, mas que compreenda, também, como os jornais relacionavam-se entre si e como respondiam às pressões externas, especialmente no que se refere à política, relação complexa e que não pode ser vista simplesmente como hierárquica ou como mera subordinação dos jornais a partidos ou grupos, mas sim de forma dinâmica. Isso torna válida a teoria dos campos de Pierre Bourdieu e o diálogo que se pretendeu estabelecer com o conceito de representações sociais de Roger Chartier e Sandra Jovchelovitch. Por fim, como metodologia, trabalhou-se com a Análise de Conteúdo. Concluímos que os diários na ânsia de defender suas tomadas de posição, sua linha editorial e sua relevância ao regime democrático, a partir de distintas funções públicas (interprete do pensamento coletivo, falar pela coletividade, defensor dos interesses populares, vigilante do poder público, auxiliar da coisa pública), acabaram tentando impor sua visão de mundo aos demais. Assim, defendemos que as disputas internas ao campo e também com agentes provenientes de outros campos, como o político, geraram como subproduto uma visão negativa em relação à democracia vigente, em que não se critica diretamente o regime democrático em si, mas, por vezes se questiona a capacidade política do povo, se condena seus homens públicos, suas principais instituições (partidos, voto e eleições). Sendo que essa representação poderia ser apropriada por distintos grupos, de distintas formas, especialmente para legitimar medidas extralegais que levassem à derrocada do regime.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Escola de Humanidades} }