@MASTERSTHESIS{ 2021:1030078905, title = {O poder (neuro)psiquiátrico na sociedade contemporânea : a psicopatologização do cotidiano como forma de controle social}, year = {2021}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10238", abstract = "De modo geral, esta pesquisa pretende demonstrar como, na atual era do neurocapitalismo e das alianças entre (neuro)psiquiatria, neurociências e psicofarmacologia, emergiu uma realidade social em que o sofrimento psíquico é extremamente disseminado, abarcando um número cada vez maior de pessoas e, principalmente, de situações. Com o passar dos anos, a quantidade de indivíduos acometidos por algum transtorno mental aumentou drasticamente, caracterizando uma verdadeira epidemia. Desta maneira, observando a relevância do tema mencionado, o presente estudo questiona como se constituiu o processo de psicopatologização do cotidiano que assola a sociedade contemporânea? A hipótese inicial é que há um duplo movimento no âmago deste problema: ao mesmo tempo em que se reconhece que hoje o próprio cotidiano estimula o aumento do mal-estar, também existem práticas que, ao invés de conterem o número de casos, na verdade, apenas auxiliam na sua expansão. Ou seja, trata-se de um processo paradoxal, que traz considerações extremamente importantes para o âmbito dos estudos criminológicos sobre violência (em seu sentido mais amplo) e sobre controle social. Portanto, para que se possa montar uma cartografia dos diferentes caminhos (e interesses) que suplementam esse mecanismo – compreendido, antes de tudo, como uma forma eficiente de dominação – a estratégia metodológica utilizada será uma revisão bibliográfica de cunho interdisciplinar, que vai ter como ponto de partida o arcabouço teórico foucaultiano sobre as relações de poder e de governo que permeiam a psiquiatria. Assim, primeiramente, o objetivo é entender a influência da esfera econômica do (neuro)capital e da matriz neoliberal na modulação das subjetividades, bem como na ampliação do mal-estar. Posteriormente, tendo em vista a relevância da neurociência e da farmacologia para as novas práticas que se instalaram no âmbito dos cuidados em saúde mental, o foco será demonstrar como a atividade (neuro)psiquiátrica e a (re)medicalização da população também auxiliaram, fortemente, na constituição do paradoxo que forma o processo de psicopatologização referido e os danos que dele decorrem. Enfim, com isso, será possível mostrar que para além dos discursos progressistas que envolvem essas práticas, existe uma forma silenciosa de violência a qual deve ser urgentemente evidenciada.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais}, note = {Escola de Direito} }