@MASTERSTHESIS{ 2022:1854469276, title = {"São aqueles que não olham que viram pedra" : Medusa e as (re)interpretações do feminino}, year = {2022}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10204", abstract = "Investiga-se interpretações com relação à origem, morte e qualidades atribuídas na criação e construção da Medusa. Apoiando-se nas Epistemologias Feministas (especialmente a Standpoint Theory) e nas Teorias dos Sujeitos como instrumentos teórico-metodológicos, pretende-se responder o seguinte problema de pesquisa: partindo da construção (aparições, origem, morte e características) da Medusa, é possível levantar hipóteses sobre a mulher enquanto categoria de análise? Buscou-se responder através da representação mais diversa possível de mulheres, inviabilizando sua representação enquanto singularidade ou conceito único. A interseccionalidade emerge enquanto guia, norteando os resultados, de maneira fluída ao longo dos temas, investigando como os estereótipos de gênero interseccionam-se por outras hierarquias de poder (especialmente raça e classe). O principal objetivo é analisar o conceito de feminino, centrado no rompimento e no compromisso com a representação da multiplicidade e diversidade, questionando o próprio conceito unificado da categoria mulher. Os objetivos específicos centralizam-se em contrastar versões dos poetas greco-romanas (Homero, Hesíodo, Eurípides, Pseudo-Apolodoro e Ovídio) sobre Medusa, examinar o papel feminino nas narrativas mitológicas, bem como contrapô-lo ao masculino, refletindo sobre a função social dos mitos. Investigam-se as contribuições das Epistemologias Feministas, com ênfase na linha da Standpoint Theory, bem como das Teorias dos Sujeitos, na análise dos mitos que contemplam a figura da Medusa, ponderando a importância da diversidade e das experiências sociais nos processos de aquisição, atribuição e produção de conhecimento. As Epistemologias Feministas emergem como instrumentalização visando o rompimento com a noção de universalidade e objetividade pré-concebidas. A partir do conhecimento situado e da identificação do agente epistêmico em suas subjetividades, reflete-se sobre o caráter social dos processos. Com a relação indissociável entre Epistemologia e política defendida por Linda Alcoff, aborda-se razões de ordem não epistêmica que afetam os processos de legitimação de conhecimento. Além disso, há uma preocupação com fornecer um panorama geral do surgimento da Standpoint Theory enquanto recorte teórico, posto que há uma escassez de traduções das autoras. Após a discussão de parcialidade do conhecimento através das Epistemologias Feministas, também se observa que, mesmo entre as teóricas, não há um consenso ou uma proposta de unidade que pretenda falar por todas as mulheres. Há uma preocupação com a representatividade de mais sujeitos e, para tal, utiliza-se das Teorias dos Sujeitos. A partir de conceitos como autodefinição e autoavaliação (apresentados por Patricia Hill Collins), buscou-se uma representação ampla e diversa de vozes e visões. Priorizou-se indivíduos marginalizados, que se encontram em embate com o conceito de feminilidade apenas por existir, ecoando suas tentativas de tornar-se sujeito através da escrita (como aponta Grada Kilomba). Essa análise torna-se possível através das seguintes características de Medusa: apresentação das narrativas que contemplam a personagem; morte e corporeidade; humanização; beleza e feminilidade; percepções (o ato de ver, ser vista, ouvir e ser ouvida); dualidade e ambiguidade; monstruosidade e agressividade; passividade, silêncio e papel coadjuvante; culpa e punição. Como instrumento adjacente, para a melhor compreensão da perspectiva sociocultural, emerge a mitologia. Os autores principais dessa sessão são Mircea Eliade, Joseph Campbell, Jean-Pierre Vernant, Pierre Grimal e Pierre Brunel", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Escola de Humanidades} }