@PHDTHESIS{ 2020:355624216, title = {Viol?ncias contra as mulheres e judicializa??o da vida privada : hist?rias que a gente n?o gostaria de saber}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10014", abstract = "As discuss?es atuais sobre a viol?ncia de g?nero no contexto brasileiro evidenciam as diferen?as de poder entre homens e mulheres, bem como a naturaliza??o das viol?ncias contra as mulheres. Essas desigualdades s?o produtos de uma sociedade sexista, racista e patriarcal. No presente estudo de doutorado apresentamos como objetivo geral: analisar a Rota Cr?tica percorrida pelas mulheres em situa??o de viol?ncia at? a den?ncia no Juizado Especializado em Viol?ncia Dom?stica e Familiar em Porto Alegre (RS) e de que forma essa rota contribui para o enfrentamento da viol?ncia, levando em considera??o os determinantes ?tnico-raciais, de g?nero e de classe social. Os objetivos espec?ficos s?o: a) analisar as experi?ncias sociais das mulheres frente ao percurso realizado na rede de atendimento, at? o Juizado de Viol?ncia Dom?stica e Familiar; b) identificar de que forma as medidas protetivas contribuem para o enfrentamento da viol?ncia contra a mulher; c) identificar de que forma os determinantes ?tnico-raciais e de classe social influenciam no processo de tomada de decis?o das mulheres em situa??o de viol?ncia em rela??o ao uso das medidas protetivas; d) conhecer de que forma os operadores do sistema de justi?a realizam o atendimento ?s mulheres em situa??o de viol?ncia dom?stica que contam com as medidas protetivas; e f) identificar os limites e as possibilidades da Lei Maria da Penha na garantia da prote??o ?s mulheres ? luz da Teoria Feminista Cr?tica e da Teoria da Rota Cr?tica. A t?cnica utilizada com as mulheres e com os operadores foi o uso de roteiro elaborado. Foram entrevistadas 15 mulheres em situa??o de viol?ncia que fizeram uso de medidas protetivas e 3 operadores do sistema de justi?a vinculados ao Juizado Especializado de Viol?ncia Dom?stica e Familiar. As narrativas foram analisadas por meio do uso de Mapas de Associa??o de ideias, de Spink. A an?lise das narrativas das mulheres evidenciou a perman?ncia da naturaliza??o das viol?ncias contra as mulheres, produzidas pelo sistema patriarcal de g?nero, tanto no ?mbito dom?stico, como nas a??es promovidas pelo Estado. Em rela??o ? rota cr?tica percorrida pelas mulheres, identificamos, nos fatores obstaculizadores, que os sentimentos de medo, culpa e vergonha s?o aspectos dificultadores na procura de apoio. Soma-se a esses fatores, a falta de apoio de familiares e amigos. Al?m disso, identificamos, nesse processo, a falta de informa??o e o atendimento inadequado por parte dos operadores dos servi?os. Como fatores facilitadores, foram evidenciados o apoio de familiares e amigos e, em alguns casos, a agilidade nos atendimentos de urg?ncia. Em rela??o ?s medidas protetivas, verificamos que as mulheres n?o se sentem protegidas, pois muitos dos autores das viol?ncias descumprem as restri??es impostas pela lei, e nem por isso s?o punidos. Quanto ?s percep??es das mulheres em rela??o ?s viol?ncias praticadas pelos parceiros ?ntimos ou outros familiares, as narrativas evidenciaram que as viol?ncias iniciam-se ainda na inf?ncia, na conviv?ncia familiar de origem. Dessa forma, as mulheres idealizam o parceiro ideal, ?o pr?ncipe encantado? para reconstru?rem suas vidas. As hist?rias tamb?m demonstraram que, tanto a diminui??o, como o aumento dos ciclos de viol?ncia se d?o durante o per?odo gestacional. Conclu?mos que, embora o sistema de justi?a ofere?a um importante mecanismo de prote??o ?s mulheres, o sistema tem evidenciado limita??es na hora de garantir a prote??o integral nos casos envolvendo a viol?ncia de g?nero. Dessa forma, as outras demandas que fazem parte nesse processo n?o incluem necessariamente o sistema de justi?a especializado. Al?m disso, as experi?ncias sociais das mulheres do estudo demonstram que, ao buscarem o sistema de justi?a, suas experi?ncias s?o redefinidas e reinterpretadas ? luz de um sistema que n?o incorpora os determinantes de g?nero, ?tnico-raciais e de classe. Com isso, s?o sujeitas a novas formas de vitimiza??o nessa rota cr?tica.", publisher = {Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Servi?o Social}, note = {Escola de Humanidades} }