@MASTERSTHESIS{ 2021:1188968638, title = {A trilogia de aventura de Menotti Del Picchia : a década de 1930 entre utopias e distopias}, year = {2021}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9883", abstract = "Esta pesquisa analisou três obras ficcionais do escritor paulista Menotti del Picchia: A República 3.000 (1930), Kalum (1936) e Cummunká (1938). O trabalho foi realizado por meio de: leitura analítica dos romances; pesquisa de fontes primárias para estudo de sua repercussão; estudo do contexto histórico dos anos 1930; análise crítica e historiográfica de gêneros literários; e cruzamento entre o discurso literário e os temas relevantes do debate cultural. A abordagem adotada na dissertação foi a de promover uma interpretação da forma como as três dimensões do tempo - passado, presente e futuro - foram organizadas e conferiram sentido aos romances, de acordo com os problemas colocados pelo contexto e pelo posicionamento ideológico do escritor. Ao longo do trabalho, observamos a importância da literatura como fonte primaria de uma pesquisa histórica, demonstrando como as obras de Picchia representaram os anos 1930, apresentando sua leitura da época ao reportar os conflitos próprios ao contexto posterior à Grande Guerra, marcado pela crise na economia mundial e na democracia. Para tal, o autor utilizou a linguagem da aventura e da ficção científica, gêneros literários bastante populares no período, para apresentar narrativas que veiculavam seu posicionamento conservador. Os romances fizeram uma leitura do que seriam a barbárie e as consequências negativas das utopias tecnológicas, que poderiam arruinar a essência humana. Picchia utilizou o crescimento do mercado livreiro para atingir o público jovem, apresentando uma visão de mundo que exprimia um desejo de prudência na adoção de mudanças, com preferência por um estilo de vida simples e moderado. Em relação às sociedades futuristas que surgem nos livros, todas introduzem grandes melhorias de conforto na vida de seus moradores, mas esses melhoramentos teriam conduzido à perda de sentimentos, em especial o amor, conferindo tonalidades distópicas a essas sociedades utópicas. Foi também analisada a preocupação do escritor em relação ao crescimento de tensões na política internacional, o que o conduz a uma reversão, em Cummunká, de alguns dos temas dos romances anteriores, como, por exemplo, através da positivação da figura do indígena, ao interpretar a transformação modernizante da década de 1930 como o caminho para a verdadeira barbárie.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Escola de Humanidades} }