@PHDTHESIS{ 2021:2020338696, title = {Determinismo, relativismo e moralidade na filosofia de Spinoza}, year = {2021}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9722", abstract = "Com este trabalho proponho uma leitura acerca da teoria da moralidade de Spinoza, especialmente a partir de sua principal obra Ética, em que o autor vincula à sua concepção metafísica e ontológica uma descrição de vida boa e de verdade que dê conta de uma visão sobre moralidade determinista e relativista sem cair em contradições teóricas. Proponho demonstrar que, por um lado, Spinoza oferece uma concepção imanente, inatista e objetiva acerca do bem; e, por outro lado, uma visão relativista que permite o desenvolvimento moral dentro de um contexto social. Defendo uma interpretação da moralidade em Spinoza que, relacionada à sua concepção de potência e conhecimento, permita uma visão da obra spinozista que possa contribuir para os diálogos contemporâneos da filosofia moral e ética, na medida em que ultrapassa uma dicotomia entre o determinismo e o relativismo e consegue propor uma concepção de vida boa e de liberdade que pode ser universal em seu núcleo mais essencial - enquanto relacionado a ideias verdadeiras que nos permitem “permanecer em nosso ser” -, sem abdicar de aspectos da moralidade enquanto uma construção social útil, mutável e variável. Para desenvolver este argumento, descrevo nos dois primeiros capítulos o desenvolvimento da epistemologia e da metafísica de Spinoza, incluindo sua teoria dos afetos e sua teoria do conhecimento. Ambos conceitos são centrais para a defesa de uma visão inatista do bem uma vez que, primeiro, explica como um conhecimento adequado e verdadeiro existe de maneira determinada na natureza e como nossa mente, enquanto parte deste todo, pode vislumbrar estas verdades eternas; e, em segundo lugar, como esse conhecimento se dá através da teoria dos afetos e através do conceito de corpo de Spinoza, logo, como o bem e o mal se relaciona com estes. Nos capítulos seguintes, apresento uma discussão acerca destes dois aspectos da moralidade, a saber, relativismo e objetivismo. A ontologia determinista, em certo sentido, se refere a uma visão objetivista da moral que prescreve normativamente aquilo que devemos fazer a fim de ter uma vida boa; um guia com o qual, através da razão, concebemos algum tipo de liberdade e eternidade em nós. Contudo, devido à condição parcial com que nosso intelecto concebe o mundo com o qual interage, também é descrito na moralidade spinozista uma concepção relativista sobre o bem e o mal cujo conteúdo depende daquilo que julgamos útil à nossa vida, mesmo se não possuirmos um conhecimento adequado e verdadeiro das leis objetivas que nos determinam neste sistema ontológico. Apresento então a defesa de Spinoza da obediência e do contrato social neste cenário no qual o conceito de bem e de mal não possui um conteúdo imanente. Por fim, meu objetivo é trazer essa leitura do spinozismo ao debate filosófico contemporâneo a fim de pensar sua contribuição neste sentido.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Filosofia}, note = {Escola de Humanidades} }