@PHDTHESIS{ 2020:784735450, title = {Clima escolar e preconceito contra diversidade sexual e de g?nero em escolas}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9603", abstract = "O preconceito ? definido como uma atitude hostil, direcionada a indiv?duos por pertencerem a um determinado grupo, e que origina ou sustenta uma rela??o hier?rquica entre as pessoas. Por se referir a categorias de pessoas e n?o a indiv?duos isolados, o preconceito ? socialmente compartilhado. As rela??es entre os grupos que perpetuam o preconceito e os grupos que s?o vitimizados est?o associados a exist?ncia e perpetua??o do preconceito. Assim, pode-se compreender que muitos agentes que causam esse fen?meno v?m de situa??es sociais, como, por exemplo, intera??es no grupo de pares. Os grupos de pares s?o definidos como grupos de pessoas de igual hierarquia e que compartilham interesses e/ou caracter?sticas em comum, como idade, frequentar um clube ou ser colegas de turma na escola. A escola configura-se como principal local de desenvolvimento e estabelecimento das rela??es entre pares. Enquanto ambiente constituinte do desenvolvimento, a escola pode se caracterizar n?o somente como um espa?o de desenvolvimento cognitivo e social saud?veis, mas tamb?m palco para a segrega??o e hierarquiza??o social, atrav?s do preconceito. H? diferentes tipos de preconceito. Estudos t?m investigado o impacto do preconceito contra diversidade sexual e de g?nero na cultura e no clima das escolas, mas em contexto brasileiro a associa??o dos temas ainda ? pouco explorada. O preconceito contra diversidade sexual e de g?nero na escola tende a afetar as rela??es entre pares ao longo do tempo, podendo resultar em um clima e cultura escolar negativos. O clima escolar caracteriza a qualidade da vida na escola de acordo com as experi?ncias das pessoas nesse local, enquanto a cultura escolar se refere ?s normas e cren?as que definem a identidade institucional da escola. Os objetivos espec?ficos desta tese foram: analisar os documentos que regem a Educa??o B?sica no Brasil a fim de identificar de que forma os conceitos de diversidade e minorias s?o abordados nestes documentos; identificar a preval?ncia de preconceito (individual e percebido nos grupos de pares) contra diversidade sexual e de g?nero nas escolas e a percep??o de clima escolar; investigar se haveria diferen?as entre os grupos de participantes (estudantes LGBT ? l?sbicas, gays, bissexuais e transg?neros ? e n?o LGBT, meninas e meninos) com rela??o ao preconceito e ao clima escolar; investigar se haveria rela??es entre o preconceito, o clima escolar e as demais vari?veis do estudo; investigar se o preconceito percebido nos pares seria uma vari?vel moderadora entre a sensa??o de pertencimento ? escola e o clima escolar e compreender como estudantes e professores n?o LGBT percebem o atravessamento do preconceito em seus padr?es de rela??es na escola. A pesquisa foi dividida em um estudo te?rico e dois estudos emp?ricos sequenciais (Estudo I e Estudo II). A an?lise da Lei de Diretrizes e Bases, das Diretrizes Curriculares Nacionais e da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) realizada no estudo te?rico revelou que, embora sejam contemplados alguns tipos de preconceito e o respeito ? diversidade esteja presente nesses documentos, n?o s?o mencionadas a orienta??o sexual e/ou a identidade/express?o de g?nero. O Estudo I teve delineamento quantitativo transversal. Os instrumentos utilizados foram um Question?rio de dados sociodemogr?ficos, a Escala de Preconceito Contra Diversidade Sexual e de G?nero e a Delaware School Climate Survey (DSCS-S) ? Vers?o brasileira para estudantes. Participaram do estudo 538 alunos de tr?s escolas p?blicas da cidade de Porto Alegre, denominadas como ?Escola A? (n = 87), ?Escola B? (n = 111) e ?Escola C? (n = 330). Do total de estudantes, 51,5% declararam ser do sexo feminino (n = 277) e 16,5% (n = 89) identificaram-se como LGBT. A m?dia de idade foi de 16,02 anos (DP = 1,63). Foram identificadas diferen?as entre os grupos, sendo que tanto as meninas quanto estudantes LGBT relataram pior percep??o de clima escolar, menos pertencimento ? escola e menos preconceito individual contra diversidade sexual e de g?nero. Estudantes que afirmaram ter em seu conv?vio pessoas LGBT reportaram menos preconceito individual comparados aos que n?o tinham contato pr?ximo com essas minorias. De maneira ampla, os resultados das demais an?lises sugerem que o preconceito percebido nos grupos de pares prediz uma pior percep??o de clima escolar, e que quando aceito e valorizado entre os pares, o preconceito pode estar associado positivamente ao clima escolar. Ainda, o preconceito percebido nos pares, quando mais elevado, tende a fortalecer a associa??o entre o pertencimento e o clima escolar. Complementarmente, o Estudo II teve delineamento qualitativo transversal. Foram sorteados oito participantes do Estudo I, sendo quatro professores e quatro estudantes. Os participantes responderam a uma entrevista semiestruturada, e as transcri??es foram analisadas por meio do m?todo de an?lise de conte?do (Bardin, 2016). Durante as coletas de dados as escolas entraram em greve, e, por este motivo, foram realizadas sete entrevistas, totalizando quatro professoras e tr?s estudantes (dois meninos e uma menina). Os resultados revelaram que os participantes percebem que o preconceito contra diversidade sexual e de g?nero se faz presente nas escolas, especialmente de maneira indireta, atrav?s de piadas e linguagem pejorativa. Dessa forma, os achados dos estudos I e II sugerem que o preconceito contra minorias sexuais impacta o ambiente escolar de forma negativa, podendo levar a climas e culturas escolares que sustentam e refor?am a heteronormatividade nas escolas. De forma complementar, o fato do respeito ? diversidade sexual e de g?nero n?o estar presente BNCC pode reduzir os di?logos na escola sobre estes temas e refor?ar concep??es distorcidas sobre as pessoas LGBT.", publisher = {Pontif?cia Universidade Cat?lica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de P?s-Gradua??o em Psicologia}, note = {Escola de Ci?ncias da Sa?de e da Vida} }