@MASTERSTHESIS{ 2020:416149420, title = {Uso problemático de internet : hábitos de uso, necessidade de pertencimento e sintomas psicopatológicos}, year = {2020}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9330", abstract = "Introdução: O avanço da internet proporcionou diversas oportunidades e praticidades na vida cotidiana. Todavia, há formas de uso que podem trazer prejuízos em diversos contextos da vida do indivíduo. Apesar de não existirem critérios estabelecidos para esse problema, o Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais 5 (DSM-5) e a Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde (CID-11) tentam identificar funcionamentos problemáticos do uso da internet. Objetivos: O objetivo geral desta dissertação foi verificar se há relação entre o uso problemático de internet, dados sociodemográficos, hábitos de uso de internet, necessidade de pertencimento, sentimento de solidão, impulsividade e sintomas de ansiedade, depressão e estresse. Para isso, foram realizados dois estudos empíricos. O primeiro teve como objetivos investigar a relação entre uso problemático de internet e necessidade de pertencimento, sentimento de solidão, sintomas de ansiedade, depressão, estresse e nível de impulsividade e avaliar se essas variáveis são preditoras do uso problemático de internet. O segundo caracterizou os hábitos de uso de internet (dispositivos utilizados, tempo de uso, uso de jogos, redes sociais e percepção de prejuízos) e verificou sua relação com idade, escolaridade, renda, filhos, coabitação e uso problemático de internet. Além disso, analisou se essas variáveis eram preditoras do uso problemático. Método: Trata-se de um estudo transversal quantitativo, em que foram avaliados de forma online 711 adultos com acesso à internet. Os instrumentos utilizados na coleta dos dados foram: ficha de dados sociodemográficos, questionário de padrões de uso de internet, Problematic Internet Use Questionnaire - PIUQ, Escala de Necessidade de Pertencimento - ENP, Escala de Solidão – UCLA, Depression, Anxiety and Stress Scale – DASS-21 e Barratt Impulsiveness Scale – BIS-11. A descrição dos dados foi realizada por meio de frequências absolutas (n) e relativas (%) para variáveis qualitativas, e por média e desvio padrão para variáveis quantitativas e análise de clusters. Para verificar a associação entre as variáveis avaliadas foram utilizadas as Correlações de Spearman, de acordo com o resultado do Teste Kolmogorov-Smirnov. Para verificar o poder preditivo das variáveis, foram realizadas Análises de Regressão Linear Múltipla. Resultados: A amostra foi composta por 711 adultos com idade média de 30,55 anos (DP= 12,59), sendo 70,2% mulheres, 50,8% solteiros e 76,9% não tinham filhos. 51,6% utilizavam as redes sociais para uso pessoal e profissional, 34,7% apenas para uso pessoal, 1,3% apenas para uso profissional e 2,1% responderam que não fazem uso de redes sociais. Verificou-se que a necessidade de pertencimento, o sentimento de solidão, os sintomas de estresse e o nível de impulsividade foram preditores do uso problemático de internet. Conjuntamente, os sintomas de estresse, nível de impulsividade, necessidade de pertencimento, sentimento de solidão explicaram 25,8% da variância do uso problemático de internet. Foram formados dois clusters a partir da amostra inicial através do método Two Step Cluster em que o resultado do uso problemático de internet foi usado. Assim, constatou-se que os participantes do cluster 2 apresentaram médias mais altas de uso problemático de internet, maior necessidade de pertencimento, sentiam-se mais solitários, eram mais impulsivos e tinham mais sintomas de depressão, ansiedade e estresse. Em relação aos hábitos de uso de internet, 86,4% dos participantes utilizavam o aplicativo Whatsapp, 75,9% o Facebook, 70,3% o Instagram, 23,5% o Twitter, 5,2% o Snapchat e 8,9% afirmaram utilizar outras redes sociais. Além disso, 90,5% responderam que observar que suas postagens receberam curtidas, aumentava sua autoestima. Foram encontradas correlações significativas negativas entre o uso problemático de internet e escolaridade, renda, idade e número de filhos. Verificou-se também que quanto maior o uso abusivo de internet, maior o tempo conectado, maior o uso de redes sociais e postagens que não expressam sentimentos verdadeiros do indivíduo, aumento da sua autoestima ao verificar número de curtidas em uma postagem realizada, maior percepção que seus hábitos de uso de internet fazem mal e maior a frequência de prejuízos pelo uso de internet. O teste de regressão linear múltipla foi utilizado para verificar se os dados sociodemográficos e os hábitos de uso de internet eram preditores do uso problemático de internet. Os resultados indicaram ainda que a frequência de prejuízos pelo uso da internet, tentativa de mudar os hábitos de uso, passar a madrugada na internet e aumento da autoestima ao verificar número de curtidas em uma postagem realizada foram preditores do uso problemático de internet, explicando 31,8% da variância. Conclusão: A partir dos resultados desta dissertação, pode-se concluir que aspectos psicológicos, como sintomas de estresse, nível de impulsividade, necessidade de pertencimento, sentimento de solidão são preditores de uso abusivo de internet. Aspectos dos hábitos de uso também são preditores do uso abusivo, como a frequência de prejuízos pelo uso da internet, tentativa de mudar os hábitos de uso, passar a madrugada na internet e aumento da autoestima pelas curtidas. O uso problemático de internet está relacionado a sentimentos de solidão e presença de sintomas de depressão, ansiedade e estresse. A presença dessas dificuldades emocionais levaria ao uso problemático da internet na busca da satisfação de necessidades emocionais como pertencimento e elevação da autoestima. Além disso, quanto mais o indivíduo observa prejuízos e fracassa em mudar seus hábitos de uso de internet, passa a madrugada conectado e tem a autoestima elevada pelas curtidas recebidas, maior é o uso abusivo de internet. Pelas curtidas funcionarem como um reforço, seu comportamento de uso abusivo é mantido. Consequentemente, esse comportamento aumenta a probabilidade de ter prejuízos em seus relacionamentos presenciais e atividades de vida diária.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde e da Vida} }