@PHDTHESIS{ 2019:1256402258, title = {Infiéis e infidelidades : discursos e práticas à margem do projeto de conversão}, year = {2019}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/9008", abstract = "O objetivo dessa tese é analisar o discurso produzido pelos civis e missionários acerca dos indígenas que habitavam a região do Rio da Prata colonial. Tomamos como ponto de partida a fundação dos primeiros centros urbanos (1536) e nos estendemos até o final da década de 1640, quando dos primeiros anos de estabelecimento das reduções jesuíticas na região. O discurso colonial aponta para a existência de dicotomias de nativos bons/maus, amigo/inimigo, fiel/infiel. Ou seja, havia se consolidado uma divisão entre os nativos que colaboravam com o projeto colonial e missionário, e aqueles que ficaram apartados desse processo. Este último grupo, considera-se oportuno problematizar nesse estudo, pois, nas Cartas Ânuas e demais correspondências, termos como natural, gentio e infiel foram utilizados, de forma recorrente, para identificar tais grupos indígenas, entretanto, percebemos intencionalidades distintas ao utilizar cada termo. A partir da identificação, explícita ou implícita, destes termos, busca-se em um primeiro momento, compreender em que medida os indígenas não partícipes do projeto colonial foram utilizados pelos religiosos em seus discursos, sob o termo infiel, como justificativa para realizar as demandas dos próprios religiosos. Em um segundo momento, analisa-se os registros acerca das atitudes ou práticas nativas, que emergem na documentação colonial, como infidelidades indígenas, ou, quando tais práticas foram apenas descritas, porém não foram registradas nos textos sob tais termos. Neste caso, ao questionar-se sobre a omissão dos termos identificamos traços de costumes originários que evidenciam uma conversão parcial, ou mais bem ocasional ao catolicismo. Por fim, verifica-se que dentro das reduções aqueles indígenas praticantes de ritos católicos e, ao mesmo tempo, adeptos aos costumes tradicionais, poderiam ser classificados igualmente como infiéis, tanto quanto aqueles indígenas colocados pelos discursos dos jesuítas como à margem da sociedade reducional. Ao suscitar tais questionamentos, é possível compreender em quais conjunturas determinadas expressões foram acionadas pelos religiosos, para descrever os grupos nativos, com distintas denominações, e suas possíveis intenções. E em quais circunstâncias os termos foram omitidos no discurso, porém os costumes indígenas seguiam sendo realizados e registrados, configurando uma coexistência de crenças inerente aos nativos, e eventualmente descrita pelos religiosos.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Escola de Humanidades} }