@MASTERSTHESIS{ 2018:1076659341, title = {Teoria da objetificação : aplicabilidades no contexto brasileiro}, year = {2018}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8419", abstract = "Este estudo, realizado na Escola de Ciências da Saúde da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, junto ao grupo de pesquisa Preconceito, Vulnerabilidade e Processos Psicossociais da unidade da Psicologia Social, teve como principal objetivo avaliar a aplicabilidade da teoria da objetificação em mulheres brasileiras. Esta teoria parte de uma visão sócio-construtivista, buscando entender as consequências para a saúde mental de ser mulher em uma sociedade que objetifica sexualmente os corpos femininos. A objetificação sexual de meninas e mulheres é um fenômeno derivado de uma sociedade machista e portanto a categoria de análise feminista gênero faz-se necessária para compreender tais efeitos nas experiências corporais e psicológicas que constituem os sujeitos. A principal consequência proposta pela teoria a partir da vivência de contextos objetificantes recorrentes é a internalização de uma visão de observador sobre seus corpos, que levaria meninas e mulheres a tratarem a si mesmas, em algum nível, como objetos para serem olhados e avaliados. Se propõem que este self objetificado venha acompanhado de outras experiências psicológicas e emoções que levam ao sofrimento psíquico, como o constante auto-monitoramento corporal, a ansiedade de aparência e a vergonha corporal. O acúmulo destas experiências pode auxiliar a explicar, pelo menos parcialmente, a razão pela qual determinados desenlaces prejudiciais como os transtornos depressivos (T.D) e alimentares (T.A) acometem mais mulheres do que homens. Para avaliar a aplicabilidade deste enquadramento teórico, que já mostrou-se válido em populações de diversos países, construímos um survey composto pelo Questionário de Objetficação do Self, a Escala de Auto-Monitoramento Corporal, a Escala de Vergonha Corporal, a Escala de Ansiedade de Aparência, o Teste de Atitudes Alimentares (EAT-26), as Escalas de Ansiedade, Depressão e Stress (EADS-21), o Questionário de Atitudes Sócio-Culturais em Relação à Aparência (SATAQ-3) além de um questionário sócio-demográfico e com perguntas relativas à práticas de beleza e alteração da aparência. Os primeiros quatro instrumentos mencionados foram traduzidos e produziu-se evidências de validade e fidedignidade em relação as escalas originais. O instrumento SATAQ-3, que acessa construtos similares relativos à internalização de esteriótipos de beleza e está validado no Brasil, foi utilizado como medida de validação para avaliar a convergência com as escalas traduzidas. O survey foi disponibilizado a partir da plataforma on-line Qualtrics. As participantes foram mulheres do Rio Grande do Sul, com pelo menos 18 anos, estudantes de diversos cursos de graduação. Atingiu-se uma amostra total de 621, cumprindo os critérios necessários relativos à quantidade de participantes para cada item das escalas adaptadas. Para fins de homogeneidade, apenas os dados das mulheres estudantes de cursos de psicologia foram utilizados para testar o modelo de objetificação proposto, fechando uma amostra de 371. A hipótese inicial era de que níveis mais altos de objetificação do self e auto-monitoramento corporal se relacionariam com escores mais altos nas escalas de sintomatologia depressiva e de transtornos alimentares, mediados pelas variáveis de vergonha corporal e ansiedade de aparência. Para testar a hipótese, foi utilizado o método Bayesian Networks (BN), que apesar de clássico na produção de modelos gráficos probabilísticos, não havia sido utilizado previamente para o enquadramento da teoria da objetificação. O principal valor deste método reside em sua capacidade exploratória quemodela a estrutura geral de dependência de variáveis múltiplas, gerando um gráfico com os caminhos percorridos por estas relações. Diferente do modelo clássico proposto, nossos resultados indicaram caminhos diferentes para os desfechos de depressão e transtornos alimentares, onde neste primeiro houve uma contribuição maior da variável ansiedade de aparência enquanto que no segundo a variável mediadora mais significativa foi a vergonha corporal. Apesar do auto-monitoramento ter apresentado uma ligação direta com à sintomatologia de T.A, ele não se relacionou com a vergonha corporal, sugerindo que esta emoção negativa pode existir e ter um papel importante no desenvolvimento de transtornos alimentares mesmo que não haja um comportamento constante de monitoramento do corpo. No geral, acreditamos que esta primeira abordagem mostra que a teoria da objetificação pode ser utilizada para entender algumas das experiências de objetificação sexual de mulheres brasileiras e suas consequências para a saúde mental. Nossas limitações incluem uma amostra de mulheres não diversificada em termos étnicos, regionais, de classe econômica e orientação sexual, logo sugere-se a ampliação de pesquisas neste sentido bem como um aprofundamento mais qualitativo para entender outras especificidades do contexto brasileiro que podem não ter aparecido no presente estudo.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Psicologia}, note = {Escola de Ciências da Saúde} }