@PHDTHESIS{ 2018:1309896762, title = {Dispersão da febre amarela entre primatas não-humanos durante epizootia no Rio Grande do Sul : entendendo o papel de fatores abióticos, da paisagem e da presença de animais imunes para propor cenários futuros de reemergência da doença}, year = {2018}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8237", abstract = "Os primatas não-humanos (PNH) são suscetíveis a diversos arbovírus, incluindo o vírus da febre amarela (FA). Embora originário da África, esse vírus encontrou PNH suscetíveis e mosquitos vetores competentes para sua transmissão em matas nas Américas. Uma alta sensibilidade dos PNH à FA levou órgãos de saúde a monitorar esses animais como forma de vigiar a doença no Brasil. O Estado do Rio Grande do Sul (RS) iniciou essa vigilância em 2002, a qual detectou os arbovírus Oropouche e Saint Louis (SLEV) e uma epizootia de FA que matou mais de 2000 PNH (Alouatta caraya e A. guariba clamitans) entre 2008 e 2009. A presente tese de doutorado teve como objetivos gerar modelos de adequabilidade ambiental para FA com base nessa epizootia e prospectar arbovírus em PNH no noroeste do RS. Foi utilizado o algoritmo de máxima entropia – Maxent para gerar modelos de distribuição de Alouatta spp. e do mosquito vetor Haemagogus leucocelaenus. Esses modelos serviram como camadas preditoras para, junto a variáveis climáticas, topográficas e vegetacionais, modelar a ocorrência da doença baseada nos pontos de morte de PNH por FA. As variáveis mais influentes nos modelos da FA foram a variação na umidade do ar, a distribuição de Alouatta spp. e a velocidade máxima dos ventos, seguidas pela precipitação média anual e a temperatura máxima. Portanto, foi confirmado suporte para a influência do regime de chuvas e da temperatura ambiente no ciclo da FA silvestre. A velocidade e a direção do vento devem desempenhar um importante papel na dispersão de mosquitos infectados e, consequentemente, do vírus. Os modelos baseados na distribuição espacial de PNH mortos nos primeiros meses da epizootia identificaram áreas adequadas para onde a doença avançou poucos meses mais tarde. Também foram prospectados 19 arbovírus em 40 amostras de sangue (isolamento viral e PCR) e soro (inibição da hemaglutinação e testes de neutralização [NT]) coletadas em quatro campanhas de campo entre 2014 e 2016 de 26 bugios-pretos (A. caraya) de três populações no município de Santo Antônio das Missões, RS. Não houve detecção de vírus circulante, mas sim de anticorpos para os Flavivirus SLEV e Ilhéus e o Phlebovirus Icoaraci por NT. As evidências de contato com Ilhéus e Icoaraci são as primeiras em PNH no extremo sul do Brasil. Um aumento de anticorpos para SLEV detectado entre duas capturas consecutivas do mesmo indivíduo é compatível com um contato recente com o vírus. Um macho adulto capturado em uma das áreas apresentou infecção concomitante pelos vírus Oropouche, SLEV e FA por NT. Mais estudos são necessários para compreender o papel de PNH e outros vertebrados na circulação de arbovírus na região, avaliar possíveis riscos para PNH e a saúde humana e identificar as forças motrizes responsáveis pela dispersão do vírus da FA durante epizootias em populações selvagens.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós Graduação em Zoologia}, note = {Escola de Ciências} }