@MASTERSTHESIS{ 2018:1753446744, title = {Uma história visual da luta pela terra : Porto Alegre, Praça da Matriz, 1990}, year = {2018}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/8097", abstract = "Esta pesquisa teve como objetivo compreender a construção da memória visual do acontecimento da luta pela terra ocorrido na Praça da Matriz, na cidade de Porto Alegre, no dia oito de agosto de 1990. Para tal, buscou-se construir séries a partir da análise e interpretação de como o acontecimento foi construído, dado a ver e veiculado pela grande imprensa comercial regional e nacional. Em diálogo, analisou-se uma série de oitenta e seis fotografias provenientes de diferentes acervos institucionais e privados, intitulada neste trabalho de série do SINDJORS. A dissertação foi estruturada em cinco capítulos. O primeiro capítulo configura-se na introdução, onde se apresenta a base teórica da dissertação, pautada pelos conceitos de campo jornalístico (Bourdieu), visualidades (Maneses), fotografia pública (Mauad), memória (Candau) e sobrevivência (Didi-Huberman). No segundo capítulo, realizou-se uma imersão no contexto de construção da fotografia produzida no Brasil entre as décadas de 1960 e 1990. Destacaram-se aspectos do percurso profissional de fotógrafos cuja produção de imagens se vincula à questão da terra. Traçou-se esse percurso para os fotógrafos e fotógrafas da série do SINDJORS. Em seguida, apresentaram-se aspectos do percurso histórico dos movimentos sociais rurais no Rio Grande do Sul (Harres), (Eckert). Analisou-se como a construção das práticas fotográficas (Mauad) desses profissionais, dedicados a produção de imagens sobre a questão da terra, relaciona-se, em alguns aspectos, com a própria construção da luta pela terra. Nos capítulos três e quatro, atentando-se para as pressões do mercado (capital econômico) e político sobre o campo jornalístico, identificaram-se algumas estratégias adotadas pelos veículos de comunicação comercial para noticiar o acontecimento, que podem ser resumidas nestes pontos: criminalizar o ato do MST; desqualificar a ação política, direcionando a pauta para a morte do soldado Valdeci de Abreu, descontextualizando a história da luta pela terra; e produzir as narrativas a partir da ideia de “confronto”. Por fim, observou-se que a ideia de “confronto” se fez presente na relação entre as fotografias e os textos publicados nos periódicos. As fotografias publicadas nos jornais analisados reclamam uma memória de denúncia da violência policial, contrapondo-se ao texto, que tende a valorizar a ação dos policiais militares. No capítulo cinco, analisou-se a série de imagens do SINDJORS, identificando seus padrões e sobrevivências, bem como as edições dos jornais sindicais (SINJORS e Sindibancários) e do jornal “Sem Terra” (MST). Constatou-se que a elaboração discursiva do jornal “Sem Terra” apresenta semelhanças com as versões noticiadas pelo Jornal do SINDJORS e O Bancário. Porém, em “Sem Terra”, percebeu-se uma acentuação maior na preocupação em inserir o acontecimento da Praça da Matriz sob o prisma do percurso histórico da luta pela terra no Brasil, destacando o cenário violento capitaneado pelos governos em relação à questão da terra. Pode-se dizer que a construção das memórias visuais do acontecimento molda-se na disputa entre as versões do texto jornalístico, condensadas na repetição e reprodução, e as visualidades das fotografias, calcadas na tensão entre resistência e repressão e nas sobrevivências de imagens de outras temporalidades.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Escola de Humanidades} }