@PHDTHESIS{ 2017:89931810, title = {Envolvimento dos sistemas purinérgico, colinérgico e dopaminérgico na neurotoxicidade induzida por metais e agrotóxicos em peixe-zebra (Danio rerio)}, year = {2017}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7506", abstract = "Agentes neurotóxicos, tais como pesticidas, solventes orgânicos e metais, são capazes de alterar a atividade normal do Sistema Nervoso Central (SNC). O manganês (Mn) é um metal encontrado no ambiente que, quando em excesso, acumula-se no SNC, tornando-se um perigo potencial para a saúde. Além do Mn, outros agentes neurotóxicos podem causar alterações, levando a déficits em sistemas de neurotransmissão. O crescimento de pragas de lavoura tem aumentado exponencialmente o uso de agrotóxicos para manutenção de plantações. O fungicida tebuconazol é um triazol utilizado em culturas como a cevada, trigo, amendoim e frutas do pomar e relacionado com alterações comportamentais e oxidativas. O inseticida diclórvos, pertence a família dos organofosforados atuando através da inibição da acetilcolinesterase (AChE), que leva à hiperestimulação dos receptores colinérgicos. O sistema colinérgico é caracterizado pela ação da acetilcolina (ACh) nos receptores muscarínicos e nicotínicos. O nível dessa molécula é regulado pela acetilcolinesterase (AChE), que catalisa a degradação da ACh em colina e acetato. O sistema purinérgico é caracterizado pela ação do ATP e adenosina (ADO) nos purinoreceptores P2 e P1, respectivamente. Os níveis dessas moléculas são regulados pela ação das ectonucleotidases que catalisam a hidrólise do ATP a adenosina (ADO). A ADO pode ser desaminada a inosina (INO) pela ação da adenosina desaminase (ADA). A dopamina (DA), sintetizada a partir da L-DOPA, é o neurotransmissor do sistema dopaminérgico e age através dos seus receptores D1-D5, controlando o início e execução do movimento. Portanto, este estudo visa avaliar os efeitos da exposição ao manganês e agrotóxicos, tais como diclórvos e tebuconazol, sobre parâmetros comportamentais em peixe-zebra nos estágios larval e adulto, bem como os seus efeitos sobre a sinalização purinérgica, colinérgica e dopaminérgica. A exposição ao MnCl2 nos estágios iniciais de desenvolvimento (1 hpf - 5 dpf) foi capaz de reduzir a distância percorrida, o ângulo de giro absoluto e o tempo de mobilidade das larvas aos 5, 7 e 10 dpf. Além disso, causou um aumento nos níveis de TH aos 5 e 7 dpf, seguido por uma redução em 10 dpf. Também foi observado um aumento dos marcadores de morte celular. Em animais adultos, a exposição ao longo de 96 horas causou redução na distância percorrida, número de cruzamentos e ângulo de giro absoluto, e ainda uma redução na aquisição de memória através da tarefa de esquiva inibitória. Além disso, os animais adultos expostos a MnCl2 apresentaram aumento nos níveis de marcadores de morte celular, além de TH e DOPAC (ácido 3,4-di-hidroxifenilacético) no encéfalo. A exposição por 96 horas a este metal também foi capaz de inibir a atividade das NTPDases e da ecto-ADA e reduzir os transcritos de RNAm do gene ADA2.1, além de aumentar os níveis de ADP e reduzir a quantidade de AMP, ADO e INO no meio. O tebuconazol foi capaz de aumentar a distância ocular de larvas aos 5 dpf e reduzir a capacidade exploratória desses animais, e ainda diminuir a atividade locomotora de peixe-zebra adultos expostos por 96 horas. Além disso, este fungicida diminuiu a atividade da AChE tanto em larvas de 5 dpf, quanto em encéfalo de animais adultos. Além do mais, o tebuconacol aumentou a expressão relativa de mRNA da AChE em larvas, no entanto, não alterou em adultos. A exposição ao diclórvos, nas fases iniciais do desenvolvimento (1 hpf - 7 dpf), reduziu o tamanho corporal, a taxa de batimentos cardíacos e a superfície dos olhos de larvas de 7 dpf, bem como afetou a capacidade de escape de larvas aos 7 e 14 dpf. Além disso, reduziu a capacidade exploratória aos 7 e 14 dpf, padrão mantido quando os animais tornaram-se adultos jovens aos 30 dpf, e adultos aos 70 dpf. No entanto, as análises realizadas aos 120 dpf mostraram recuperação da atividade comportamental similar ao grupo controle. A análise aos 120 dpf da exposição ao diclórvos nas fases iniciais do desenvolvimento sobre as enzimas do sistema purinérgico mostrou que este inseticida é capaz de elevar a atividade da ecto-5’-nucleotidase e reduzir a atividade da ecto-ADA. Os resultados mostram que os agentes neurotóxicos, tais como Mn, diclórvos e tebuconazol têm atuação significativa sobre o comportamento do peixe-zebra em estágio larval e adulto, além de afetar diferentes sistemas de neurotransmissão. Tais alterações comportamentais podem estar associadas aos déficits observados nos mecanismos neuroquímicos e moleculares investigados.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e Molecular}, note = {Faculdade de Biociências} }