@PHDTHESIS{ 2017:2122736540, title = {Inscrições distópicas no romance português do século XXI}, year = {2017}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/7358", abstract = "Utopia e distopia andam lado a lado, compondo um horizonte teórico e artístico interdisciplinar que compartilha, em primeiro lugar, o ato de projetar uma sociedade, desenhando-a por meio da imaginação e da ficção. O utopismo – desde Platão, passando pela Arcádia, pelos paraísos terrestres e pela Cocanha – cria imagens positivas do amanhã ou idealiza um outro lugar melhor. A palavra utopia, associando-se a esse projetar positivo (o qual desvenda os anseios humanos), foi formalizada por Thomas More, em 1516, com a publicação da obra Utopia. Desde então, com a influência do pensamento renascentista, utopia passou a significar “outro lugar idílico” (uma ilha) e a representar um gênero literário (ou subgênero). Dessa forma, uma tradição utópica formalizou-se e a ela associamos tanto obras artísticas quanto projetos sociais e modos de pensar. A distopia ressignifica a utopia, complementando-a; a negação do lugar (o “u” de utopia) transforma-se em descrição negativa (o “dis” de distopia), ou seja, a representação de um lugar defeituoso, um ambiente de distorções. Enquanto utopismo e utopia vêm de uma longa tradição, a distopia formaliza-se apenas no século XX (momento histórico marcado por guerras e fracassos sociais) e apenas em âmbito literário. As distopias clássicas, criadas nas primeiras décadas do século XX – com autores como Zamyatin, Huxley e Orwell –, foram responsáveis por estabilizar um imaginário negativo por meio da ficção. Diante dessa complexa tradição, esta tese objetiva estudar as especificidades do gênero distopia (compreendido, aqui, como um fazer artístico romanesco que se apropria do imaginário do pesadelo), tendo em vista suas relações com a tradição utópica. Por meio de um olhar analítico, ancorado em uma perspectiva comparatista (portanto, sempre pensando os mecanismos intertextuais), proponho um estudo do romance português contemporâneo – obras publicadas no século XXI – cujos enredos, em alguma medida (e com diferentes intensidades), dialogam, recuperam e reinterpretam o que conhecemos como distopias. Para tanto, dez obras foram selecionadas – Um homem: Klaus Klump (2003) e A Máquina de Joseph Walser (2004), de Gonçalo M. Tavares; O Dom (2007), de Jorge Reis-Sá; Diálogos Para o Fim do Mundo (2010), de Joana Bértholo; Por Este Mundo Acima (2011), de Patrícia Reis; O Destino Turístico (2008) e A Instalação de Medo (2012) de Rui Zink; Um Piano Para Cavalos Altos (2012), de Sandro William Junqueira; O Último Europeu – 2284 (2015), de Miguel Real; Os números que Venceram os Nomes (2015), de Samuel Pimenta. Como veremos, os medos (palavra-chave para as distopias) incitados por governos opressores e totalitários e pela iminência (ou presença) de apocalipses são as categoriais distópicas mais expressivas no romance português em estudo, às quais outras imagens relacionam-se, definindo, assim, uma poética da distopia.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Letras}, note = {Escola de Humanidades} }