@MASTERSTHESIS{ 2015:1385127149, title = {Etnomatemática e relações de poder : uma análise das narrativas de colonos descendentes de alemães da região do Vale do Rio dos Sinos}, year = {2015}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/6255", abstract = "Este estudo tem como objetivo identificar e compreender os processos de geracao, organização e difusão dos saberes de três colonos descendentes de alemães residentes na região do Vale do Rio dos Sinos, município de Santa Maria do Herval, Rio Grande do Sul. Os aportes teóricos que serviram como alicerce para o estudo foram configurados em dois eixos principais: poder e disciplinamento do corpo com base nos estudos de Michel Foucault; e Etnomatemática, fundamentada nas pesquisas de D’Ambrosio (1996, 1998, 2001, 2004, 2005) e Knijnik (1996, 2004, 2007, 2008, 2009). O material empírico consiste em entrevistas semiestruturadas, sobre as quais realiza-se uma análise genealógica do discurso considerando as relações de poder presentes em determinados momentos históricos marcados, em particular, pela época de escolarização dos sujeitos e pelos saberes utilizados em suas atividades laborais. Diante disso, a análise das narrativas dos colonos indica que as primeiras escolas alemãs foram responsáveis pela constituição do tipo de sujeito considerado ideal naquele momento histórico. Por meio de técnicas de controle como vigilância e punição, os sujeitos foram docilizados com o objetivo de garantir a etnicidade trazida pelos primeiros imigrantes alemães. Confirmou-se que o ensino foi responsável pela alfabetização dos sujeitos entrevistados, no entanto, seus saberes não foram gerados na escola, mas passados de geração em geração e aprimorados de acordo com sua utilização. É possível afirmar que os conteúdos aprendidos na escola eram concebidos como jogos de linguagem marcados pelo formalismo e abstração, que objetivavam ensinar o alfabeto, a leitura, a escrita, decorar a tabuada e, principalmente, estudar a bíblia. Demais saberes apresentados pelos sujeitos, como saberes sobre o clima, vegetação, solo, estratégias de venda e técnicas de explicar e entender a complexidade de situações que a vida no campo apresentava, podem ser vistos como jogos de linguagem caracterizados pela oralidade, pensamento proporcional e cálculos aproximados, apresentando pouca semelhança de família com os jogos de linguagem escolares. Seus saberes são organizados de acordo com suas necessidades e, na medida em que representam uma verdade para a comunidade na qual os sujeitos estão inseridos, e são difundidos com a utilização de um fator que se encontra na cidade até os dias atuais: a língua alemã. Mesmo com a dificuldade enfrentada pelos sujeitos no período da Campanha de Nacionalização imposta pelo Estado-Novo, quando a língua alemã era proibida, foram criados pontos de resistência ao poder, fazendo-a persistir na cidade ainda na atualidade.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências e Matemática}, note = {Faculdade de Educação} }