@MASTERSTHESIS{ 2015:2126913423, title = {Uma Torrente d ais ou A alma nacional? : o fado em perspectiva identitária na discussão acerca da nação portuguesa : (1878-1904)}, year = {2015}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/2519", abstract = "O fado, gênero musical considerado canção nacional em Portugal, surge na periferia da cidade de Lisboa na década de 1840. A partir dos anos 1860, já é possível observá-lo circulando entre as diversas camadas da sociedade portuguesa. Este trabalho investiga duas imagens do fado compostas entre a segunda metade do século XIX e os primeiros anos do século XX, a fim de desemaranhar a tessitura que tramou tais retratos através do tempo. Busca-se, assim, demonstrar a historicidade na construção dos símbolos nacionais, bem como o caráter mutável do conceito de nação, através da apreensão dessas imagens do fado construídas em dois momentos da história de Portugal: ora como elemento incapaz de figurar como símbolo da nação portuguesa, ora como objeto cultural genuinamente português. Constituídas no contexto em que se percebe a alteração da perspectiva temporal de análise da história de Portugal, quando a intelectualidade portuguesa rompe com uma tradição passadista na concepção da nação e descortina a possiblidade de repensá-la segundo pressupostos com condições de consolidação no futuro, as imagens do fado em questão, defende-se, estiveram ligadas às estéticas de recomposição identitária desenvolvidas pela cultura portuguesa. Através da articulação das temporalidades expressas pelas categorias de espaço de experiência e horizonte de expetativa, aponta-se, assim, a elaboração das referidas estéticas por duas lógicas de pensamento vinculadas às ideias em torno de dois agrupamentos de intelectuais. A primeira, demarcada pela chamada Geração de 1870, de cunho cientificista ligado à corrente literária realista e a um modelo racional de nação de inspiração classicista-humanista, encontra síntese nas obras de Eça de Queirós, O Primo Basílio (1878) e A Ilustre Casa de Ramires (1900), nas quais o fado é desconsiderado como símbolo nacional. A segunda lógica de pensamento, atribuída à dita Geração de 1890, cujas ideias caracterizam-se por um viés nacionalista relacionado ao contexto pós-Ultimatum de 1890, ligada à corrente literária simbolista e a um modelo etnocultural de nação de inspiração romântica, estão presentes nas obras dos olisipógrafos Pinto de Carvalho, História do Fado (1903), e Alberto Pimentel, A Triste Canção do Sul (1904), nas quais o fado figura como expressão da alma nacional.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em História}, note = {Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas} }