@PHDTHESIS{ 2017:1223278382, title = {A percepção da enfermeira sobre o processo decisório e os cuidados de final de vida em Unidade de Terapia Intensiva Pediátrica}, year = {2017}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/11080", abstract = "CONTEXTO: Há mais de 30 anos observamos uma crescente preocupação com o modo de morrer em Unidades de Terapia Intensiva Pediátrica (UTIP), expressa através de um número crescente de pesquisas e publicações sobre este tema, com foco na qualidade dos cuidados prestados no final de vida daqueles pacientes que não se beneficiam mais de todo suporte terapêutico, visto que se esgotaram as possibilidades de cura. Para os profissionais de terapia intensiva, que costumam associar a morte ao fracasso, o primeiro grande desafio pode ser abrir mão dos recursos terapêuticos não mais apropriados para salvar a vida, mas capazes de gerar e prolongar sofrimento do paciente e de sua família se mal empregados. Termos como obstinação terapêutica e cuidados fúteis precisam ser entendidos e, acima de tudo, precisam dar lugar a uma conduta de resignação frente à morte. Verificamos uma mudança de paradigma do modelo de cura para o conforto e em consequência o surgimento de uma nova área de expertise para a equipe multidisciplinar: os cuidados paliativos. O modelo de processo decisório relacionado aos cuidados de final de vida preconizado internacionalmente pressupõe a participação da equipe multidisciplinar, mas o que ainda observamos no nosso meio é uma participação incipiente das Enfermeiras, as quais poderiam exercer um papel decisivo nas definições e na interlocução dos desejos manifestos pela família, considerando sua proximidade e envolvimento com a mesma. Este estudo propõe algumas intervenções e organização de sistemas de apoio que poderiam ser incorporados para melhorar o processo de cuidar no final de vida, dentre eles: a inclusão sistemática do tema Limitação de Suporte Terapêutico (LST) e cuidados paliativos no programa de educação permanente para a equipe multidisciplinar da UTIP; acompanhamento da equipe de enfermagem pelo Serviço de Psicologia com atenção para os sinais de sofrimento moral e elaboração do luto, considerando a identificação destes profissionais com os pacientes e familiares em situação de sofrimento. OBJETIVO: Este estudo tem por objetivo descrever as motivações e barreiras que ocorrem no nosso meio em relação à participação das enfermeiras no processo de tomada de decisão sobre os cuidados de final de vida, bem como a percepção destes profissionais em relação aos cuidados prestados ao paciente e sua família. MÉTODO: Foram realizadas entrevistas semiestruturadas individuais com as enfermeiras que participaram do processo decisório sobre a LST e que prestaram assistência ao paciente e sua família nas horas finais de vida de 16 crianças que morreram no período de 6 meses nas UTIP do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) e do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (HSL-PUCRS). CONCLUSÕES: Situações em que pacientes tem prognósticos reservados são cada vez mais frequentes em UTIP e exigem que aqueles que cuidam desses pacientes sejam proficientes não apenas em salvar vidas, mas também na prestação de cuidados paliativos. A participação da Enfermeira no processo decisório sobre LST é incipiente, tem um caráter consensual em relação às definições médicas, e as principais barreiras à participação encontram-se na falta de domínio sobre o assunto. A Enfermeira exerce um papel importante no suporte emocional do paciente terminal e sua família, além de atuar como mediadora na comunicação da equipe multidisciplinar com a família. A análise das percepções das enfermeiras que prestaram os cuidados de final de vida sugere a necessidade de se estabelecer um plano de apoio emocional para estes profissionais que vivenciam a morte e o sofrimento na sua rotina de trabalho, promovendo por consequência uma melhor assistência ao paciente terminal internado em UTIP. O processo decisório sobre os cuidados de final de vida envolvendo a LST, seja retirada ou não oferta de tratamento, ainda é um tema que carece de discussão e estudo", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Medicina/Pediatria e Saúde da Criança}, note = {Escola de Medicina} }