@PHDTHESIS{ 2023:432004333, title = {Imagens recorrentes do operário brasileiro : montagens em dois tempos de cinema}, year = {2023}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10739", abstract = "A presente tese de doutorado busca localizar e compreender como algumas imagens de operários sobrevivem e se atualizam em obras do cinema brasileiro. Especificamente, trata-se de trabalhadores de fábrica e da construção civil. O recorte se dá em dois momentos históricos da produção audiovisual: o período de 1978-1983 e o de 2015-2020. Além de uma concentração mais numerosa de títulos, ambos apresentam cenários particulares da realidade do operário brasileiro. O primeiro se dá no período das grandes greves, especialmente aquelas do ABC paulista, durante a ditadura militar. Já o segundo compreende o período pós-golpe parlamentar, com as reformas trabalhistas e as profundas mudanças no mundo do trabalho a nível global. Como objeto de estudo, incorporamos à pesquisa dezesseis filmes entre longas e curtas-metragens, documentários e obras de ficção. Incluindo a instância subjetiva do pesquisador, se propôs uma metodologia que se apropria das imagens e oferece montagens de fragmentos a serem analisadas. Dos filmes, foram recortados fatos, gestos, elementos e/ou espaços que se repetem entre as obras selecionadas. A partir dessas recorrências, os recortes foram agrupados nas montagens em categorias, nas quais os tempos abordados na pesquisa coexistem. O entendimento da imagem dialética elaborado por Walter Benjamin (2009) fundamenta tal processo, assim como o de imagem sobrevivente em acordo com Georges Didi-Huberman (2011; 2013). Os conceitos de imagem central, de duração e cristalização do tempo a partir do choque entre as imagens, são mais bem compreendidos à luz de Henri Bergson (2006; 2010) e Gilles Deleuze (2012; 2018). As montagens e suas categorias, que não se querem definitivas, possibilitaram reflexões a partir de três linhas de tendências que sistematizam o processo de análise de imagens na pesquisa. São elas: I) os espaços onde o operário exerce seu trabalho e a relação com o corpo e seus desdobramentos, como a exaustão e o acidente; II) os operários em confronto (entre si ou com instâncias hierárquicas superiores, como patrões e o Estado), as manifestações coletivas e as figuras de liderança; III) os personagens fora de seus espaços de trabalho, em seus deslocamentos e em suas relações de intimidade. Percorrem, em todo o processo de análise, reflexões sobre o que é da ordem do coletivo e do individual. A questão sublinha realidades distintas do operário, ora organizado em frentes massivas, ora individualizado pelas próprias transformações no mundo do trabalho. Em paralelo, uma atenção maior ao sujeito, incorporando olhares que incluem aspectos subjetivos e identitários, apresenta camadas que tornam o retrato mais complexo. Ao final, é notável a recorrência de certas imagens nestas determinadas narrativas e suas especificidades que, entre um tempo e outro, manifestam a realidade do trabalhador em diferentes contextos. Além disso, as montagens captam as tendências estéticas que o cinema, em diferentes períodos, adota para expressá-la.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social}, note = {Escola de Comunicação, Arte e Design} }