@PHDTHESIS{ 2022:1281929306, title = {As repercussões da dialética da cultura retributiva e da cultura restaurativa na cultura de segurança da indústria de óleo e gás}, year = {2022}, url = "https://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/10595", abstract = "A presente tese está inserida em um projeto guarda-chuva denominado “Integração de Fatores Humanos e Resiliência para o Fortalecimento da Cultura de Segurança na Indústria de Óleo e Gás – Project Humans Factors HF2”, fruto de uma parceria entre a PUCRS e o Consórcio de Libra. Objetiva propor subsídios para a construção de uma cultura justa na cultura de segurança da indústria de óleo e gás, através dos princípios e dos valores norteadores da justiça restaurativa. Para isso, dispõe dos seguintes objetivos específicos: 1) identificar como o debate a respeito da cultura retributiva e da cultura restaurativa influencia na produção de conhecimento sobre cultura de segurança; 2) identificar e analisar quais são as concepções e as respostas para os erros, acidentes e incidentes presentes na cultura de segurança no Consórcio de Libra, em suas aproximações e distanciamentos com as culturas retributiva e restaurativa; 3) propor formas de materializar, na cultura de segurança, práticas restaurativas que se orientem para uma ética da cultura justa. O método utilizado é o dialético crítico, sendo suas categorias de foco: historicidade, totalidade, contradição e mediação. A fim de compreender a realidade em sua totalidade, as respectivas categorias teóricas nortearam o estudo: trabalho, capitalismo, neoliberalismo, cultura, ideologia e capitalismo dependente. A pesquisa é de caráter qualitativo, trata-se de uma pesquisa aplicada que, quanto aos procedimentos, envolve pesquisa documental (utilizando a base de dados de entrevistas e de grupos focais do projeto guarda-chuva) e bibliográfica. A partir de sucessivas aproximações, através de um movimento que pretendeu contemplar o real como totalidade, chegou-se a seguinte tese: A inserção geográfica e econômica do Brasil no modo de produção capitalista, influencia significativamente nas possibilidades de construção de uma cultura justa restaurativa, pois figura como elemento estruturante dos princípios da cultura de segurança. A superexploração do trabalho e a dominação do capital sobre a indústria são, portanto, perspectivas fundamentais a serem consideradas na proposição das possibilidades de uma cultura justa restaurativa para a cultura de segurança, o que se dá em um terreno de disputas que não envolvem somente lutas internas, mas externas que estão na base da necessidade de reprodução do capital. Há uma dialética entre as culturas retributiva e restaurativa na cultura de segurança da indústria de óleo e gás. Trata-se de uma dialética cuja luta dos contrários em permanente disputa mostra que os mesmos processos servem para atender a necessidade dos trabalhadores, mas, também e, fundamentalmente, aos interesses do capital e de sua ideologia, processos necessários à reprodução do capital. Em suas metamorfoses, a sociabilidade capitalista providencia novas formas de punir e controlar os corpos da classe trabalhadora. A punição, embora sendo a regra predominante nas relações sociais e de trabalho, convive com outras perspectivas que disputam espaço. Nessa tensão, a Cultura Justa Restaurativa emerge como uma possibilidade que, não sem contradições, busca conciliar interesses do capital e do trabalho, que na verdade são inconciliáveis, contudo, carrega como potência a redução dos agravos ao fundo de vida da classe trabalhadora. Por outro lado, este mesmo processo, pode também tornar-se instrumento de dominação e estratégia para moldar o comportamento dos trabalhadores. Um de seus importantes limites são os marcos teóricos utilizados que se limitam aos fundamentos da Cultura Justa Restaurativa desconsiderando a realidade brasileira, aporte considerado imprescindível pelo materialismo dialético e histórico e pela teoria marxista da dependência que fundamenta essas reflexões, dessa forma, corroboram e aprofundam processos de violência dirigidos à classe trabalhadora não equacionados minando a introdução de questionamentos sobre a sua raiz. Enquanto prevalecerem visões conservadoras e de manutenção de uma determinada forma de cultura baseada nos princípios da retribuição serão perpetuadas práticas que convergem, inteiramente, ao trabalhador a responsabilidade pela cultura de segurança. Os princípios e valores restaurativo, se analisados pela perspectiva crítica, podem fundamentar o desenvolvimento de processos em que erros e falhas não são considerados culpa do trabalhador, mas resultantes da lógica de extração do valor do capital.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social}, note = {Escola de Humanidades} }