@PHDTHESIS{ 2014:1792922781, title = {O corpo como mercadoria: exploração sexual de adolescentes e vulnerabilidade social das famílias}, year = {2014}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/571", abstract = "O tema e a delimitação deste estudo compreendem a exploração sexual de adolescentes nos municípios de São Borja e Itaqui/RS e sua relação com a vulnerabilidade social das famílias atendidas no Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI). A relevância dessa investigação reside no fato de dar visibilidade as particularidades da exploração sexual enquanto temática que carece de maior apropriação e debate pelos (as) profissionais que atuam nas políticas sociais e no sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente. O objetivo da pesquisa é identificar a relação da exploração sexual de adolescentes com a vulnerabilidade social das famílias e de que forma o PAEFI contribui para o enfrentamento deste fenômeno, a fim de oferecer subsídios para potencializar as políticas públicas de enfrentamento a esta forma de violência. Nesse sentido, o estudo busca respostas para o seguinte problema: Quais as dimensões de vulnerabilidade social que os (as) adolescentes em situação de exploração sexual estão expostos e como essas vulnerabilidades são reconhecidas e enfrentadas pelos profissionais vinculados ao PAEFI? Trata-se de uma pesquisa qualitativa, construída a partir do referencial dialético crítico. Em relação aos procedimentos e técnicas utilizou-se de entrevistas semiestruturadas com aplicação de formulários contendo questões abertas e fechadas para sete (07) profissionais que trabalham junto ao CREAS dos municípios de São Borja e Itaqui, bem como para uma (01) adolescente, maior de 14 anos de idade atendida pelo PAEFI. Também foi realizada análise documental de documentos profissionais, elaborados a partir do atendimento e acompanhamento prestados a quatorze (14) adolescentes vítimas de exploração sexual. A observação livre também compôs os procedimentos e técnicas, fazendo-se presente durante a realização de toda a pesquisa. Dentre os resultados, destaca-se que a prostituição foi a modalidade de exploração sexual mais atendida pelo PAEFI; a totalidade das vítimas compreende o sexo feminino; as principais situações de vulnerabilidade social presentes no cotidiano das famílias referem-se ao analfabetismo e baixa escolaridade dos pais, desemprego e inserção precária no mercado de trabalho, baixa remuneração, precárias condições de moradia, fragilização e rompimento de vínculos familiares, histórico de abuso sexual, drogadição, envolvimento de adolescentes com homens mais velhos em troca de dinheiro e acesso a bens e serviços. Pode-se perceber também que o PAEFI carece de investimentos na infraestrutura material e humana. Dentre os desafios apresentados para a qualificação das políticas sociais no que se refere ao enfrentamento da exploração sexual de crianças e adolescentes destaca-se a necessidade de capacitação e qualificação dos profissionais do PAEFI, bem como daqueles que trabalham em diferentes serviços e políticas públicas que compõem a rede de proteção às crianças e adolescentes; incorporação das diferentes modalidades de exploração sexual (prostituição infantil, turismo sexual, pornografia infantil, tráfico para fins de exploração sexual) nos documentos e relatórios utilizados pelos profissionais do PAEFI para caracterizar as demandas de atendimento no que se refere a esse tipo de violência sexual; a realização de um trabalho interinstitucional e intersetorial que tenha como foco as situações sociais de vulnerabilidade e as necessidades sociais que dão margem para a exploração sexual de crianças e adolescentes. Com base nos resultados e problematizações desenvolvidas, confirma-se a tese de que as situações de vulnerabilidade social vivenciadas pelas famílias contribuem para a produção e reprodução das relações de exploração sexual de crianças e adolescentes. Estas situações possuem diversas determinações, destacando-se a desigualdade de gênero e de classe, consumo como forma de inserção social, as diferentes formas de manifestação da pobreza, a precarização no mundo do trabalho a desagregação familiar em face da reprodução das relações sociais e políticas sociais que de forma insuficiente buscam dar respostas às demandas e necessidades sociais das famílias. Tais determinações não se manifestam de forma isolada, pelo contrário, estabelecem mútua relação entre si, ao passo que atingem de forma particular as famílias das adolescentes em situação de exploração sexual. Em outras palavras, constituem-se como expressões do conflito entre capital e trabalho.", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Serviço Social}, note = {Faculdade de Serviço Social} }