@MASTERSTHESIS{ 2014:1737390596, title = {A chave do céu e a porta do inferno : os monges barbudos de Soledade e Sobradinho}, year = {2014}, url = "http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/4732", abstract = "A presente dissertação analisa o movimento religioso ocorrido na região rural dos municípios de Soledade e Sobradinho, nos anos 1930, conhecido e autodenominado como monges barbudos. Eles foram comparados pelo juiz da Comarca de Candelária aos muckers, do Rio Grande do Sul, e aos participantes de Canudos, na Bahia, na sentença absolutória dos réus civis e militares julgados pelo homicídio do curandeiro André Ferreira França, ocorrido em agosto de 1938, na Coloninha, então sexto distrito de Soledade. Os protagonistas do movimento de trabalhadores rurais defendiam uma religiosidade associada a práticas de cura com ervas medicinais, em especial a caroba, e princípios de vivência comunitária pacífica e valorização da natureza. Referendados em um andarilho identificado como sendo o profeta são João Maria, eles mobilizaram mais de mil participantes. Três cercos policiais, com a colaboração de civis, ocorridos durante a Semana Santa e em agosto de 1938, resultaram em mais de cem presos, vários feridos e seis mortos. Este trabalho investiga material inédito como documentos cartoriais, policiais, judiciais e da administração pública além de entrevistas com alguns participantes com idade bastante avançada. Com a finalidade de identificar os protagonistas e os seus opositores do ponto de vista social, político e econômico foi realizado levantamento bibliográfico e documental sobre o contexto da década de 1930 no Rio Grande do Sul e no Brasil na perspectiva dos confrontos internacionais do pré-Segunda Guerra Mundial. Desta forma, foi descoberta a rede de relacionamento que envolveu mais de 40 unidades de parentela que tinha como núcleo aglutinador as famílias Desidério Fiúza, Ferreira França e Gonçalves da Costa. Além desses pequenos proprietários, o movimento religioso mobilizou ex-escravos e comunidades indígenas especialmente os guaranis, entre os moradores das florestas de erva-mate e araucária do Planalto Médio e Encosta da Serra. Esses trabalhadores rurais tiveram como opositores cerca de 500 pessoas entre as autoridades municipais, negociantes e comerciantes, fazendeiros e colonos de origem estrangeira assentados em empreendimentos coloniais do início do século XX. Os monges barbudos resistiram à conjuntura de crise econômica e política com um discurso solidário e místico. Eles foram confundidos com as disputas partidárias e os movimentos políticos existentes na época. Por isso, devido às intolerâncias, os monges barbudos foram reprimidos e perseguidos pela ditadura do Estado Novo (1937-1945).", publisher = {Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul}, scholl = {Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais}, note = {Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas} }